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segunda-feira, 27 de novembro de 2023

Ruas de Iomerê I

Ah.. 
se não existisse montanhas...
aqui
Ah...Iomerê,
não seria tão linda..
Hoje  

não 
me pergunto 
mais ..
pois sei que 
montanhas 
nas paisagens 
de Iomerê,
são  eternas...

no meu olhar,
pousaram 
tantas vezes,
e serão 
sempre assim,
eternas..
como na foto...
das 
montanhas,
outras 
vezes
imortalizada  
ou
na foto
com crepúsculo, 
em Iomerê
com minha 
filha Isabella.
Mas num tempo lá atrás,
ano de 1972, 
em Curitiba ainda
me perguntava..
como na poesia do
elegante e inteligente
T. S Elliot, o poeta inglês 
mas nascido no Estados Unidos...
em seu famoso 
The Waste Land (1922)
"Que farei agora? 
Que farei?
Que faremos amanhã?
Que faremos jamais?
Ou sobreviverá alguém..
Já sabia ali, 
naquele canto do mundo...
Lá longe em Curitiba...
que tudo é incerto,
as vezes 
é tudo uma miragem..
Mas hoje penso nas ruas, 
nos amigos...na praça..
nada de Iomerê,
se perdeu neste tempo, 
mudou sim
a praça, 
as casas, as
pessoas..recentemente, 
perdi professores
amigos 
e colegas 
de Frei Evaristo, 
que eram de Iomerê, 
e a cidade continua 
sendo bela.
Esta é a melhor resposta,
que é a de hoje.
Tudo passa, tem coisas 
que sempre ficam na 
memória de cada um
a memória minha 
é igual de cada um..
de Iomerê, 
quando 
lembrava 
do professores
como a irmã Otalia,
irmã Odila,
meus amigos,
colegas de Frei Evaristo,
Valmor Zanellato 
Lourdes Colissi,
que se foram.
Depois de ver  
o pôr  do sol
em Santo Ezidoro, 
interior do município.

o sol caminha devagar, 
e  atravessa o mundo,
e vem até a linda Iomerê.
Não me canso de fotografar aqui..
além do mais sou proprietário de um terreno relativamente grande.. exatos
60.999, 92 metros.. 
Vizinhos meus 
Srs. Lino Mariani,  
Arlindo Pagno 
e Ivo Pagno.
Este lugar um dia chamou-se 
de propriedade 
de Domingos A. Pagno. 
mais conhecido 
como Augusto Pagno, 
já falecido.

Do sítio à praça..
de Iomerê..

  





vou de encontro ao centro 
de Iomerê,
passo pala rua Pedro Penso,
as  belas fotografias e não só,
me lembra,
 como mudou tudo...
mas eu vivo...
aqui desde 1963, 
os anos passam,
o jipe, 
o carro de boi 
já não estão mais, 
 nem mais as casa 
dos antigos de tábua de pinho 
ou araucária...
o modelo de casa que veio da Itália..
 Estou na rua João Rech, parente da  amiga Clarice Mariani.. 
que como eu ama Iomerê...
do sol,  do céu azul...
 Volto à praça....
os belos montes arrebatam mentes 
e corações aqui,
A praça..
ou 
Square...
é tudo mudou,
lembrando da praça antiga.
e vendo a nova.
Mudaram os tempos, eu mudei 
Só que não nada demais era...
alguém que conhecia
só o universo variado e as vezes
sufocante 
da vila de Iomerê,
onde vivia, 
com meus pais,
onde tinha além de tudo,
um olhar controlador  
dos costumes,
dos vizinhos 
e  das freiras 
e dos padres, 
havia as amarras 
no comportamento 
a tudo que 
se deveria ser,

responder 
as demandas, 
por conta 
dos  católicos 
em sua maioria,
e havia uma espécie 
de consenso 
religioso e social, 
até nas pequenas 
intrigas 
entre moradores...
Sim...
agora nas
observando 
as ruas calmas de Iomerê,
que circulo 
sempre que venho aqui,
nas quais circulávamos,
quando criança,  
estão belas como  sempre.  
Já houve um tempo,
que andava com 
a ilusão de que estávamos 
num fim de mundo brasileiro.
Mas os rostos que cruzávamos,
logo 
desfaziam essa fantasia colonial...
ou retrograda...
Ali os italianos haviam 
também deixado suas marcas,  
há um séculos atrás, 
só que não estamos no fim do mundo, 
mas em Iomerê, no Brasil... 
Antes de cada sobrenome 
familiar havia sempre uma palavra em português ou italiano: 
Antonio,
Genaro, Pietro, 
Alessio, 
Vitorino.
O português, como idioma 
que chegou com a expansão do lugar..
surgiu junto com o dialeto italiano.. 
Mas já no finalzinho do século 20, 
quando estive por lá (1998 
depois de  10 anos), 
para encontrar já não há quem falasse só no dialeto de língua italiana  
com fluência em meio 
à maioria 
que se comunica no (para nós) 
português, 
mas era preciso garimpar.
Talvez fosse possível trocar 

uma ou outra palavra 
com um religioso na matriz.. 
São Luiz Gonzaga.
A presença católica 
ainda é forte por lá. 
Eu mesmo conferir 
um casamento 
cujos rituais não ficam nada 
a dever ao Vaticano..
No efêmero tempo,
e vejo tudo,
nos seus traços 
em uma caminhada da praça, 
tudo meio silencioso...
procurava os traços 
efêmeros de muitos,
sua existência, 
aqueles que vão 
sendo apagados, há prédios 
novos de concreto,
tudo a ver com 
a pela fugacidade 
de um tempo 
dominado pela  
vida moderna...
como prédios e asfalto.
Como deixar 

a marca no meu caminho 
em um mundo que devora tudo 
tão rapidamente..
Ainda lembro...
Acho que sou um cara
que busco dar 
voz a todos de Iomerê, 
dar voz às pessoas, 
dar voz à objetos
dar voz 
às lembranças que não 
teriam espaço 
no mundo 
dos grandes...
nem dos pequenos..
nem do 
poder publico..
do estado em si.
Só que não 
nada demais era...
alguém que conhecia
só o universo sufocante 
da vila de Iomerê,
onde vivia, 
com meus pais,
onde tinha além de tudo,
um olhar controlador  
dos costumes,
dos vizinhos 
e  das freiras 
e dos padres, 
havia as amarras 
no comportamento 
a tudo que se deveria ser,
e responder as demandas,
por conta dos  católicos 
em sua maioria,
e havia uma espécie 
de consenso religioso 
e social, 
até nas pequenas intrigas 
entre moradores...
Imagino isso assim, 
em todo lugar pequeno 
na Itália.
Gostei e gosto,
da ideia 
de que mulheres podem 
ficar independentes 
e levar outra vida em 
um lugar distante...
Agora que vejo 
ela lá  a Isabella..
lembro do Italianos 
que foram 
aos EUA,
e  
vieram ao Brasil.
EUA,
e Brasil,
foi algo que começou no século 19 
e mutos  anos no século 20,
lá longe,
mas é algo bem palpável. 
Senti isso dela,
que emigrava,
ir embora 
para outro pais..
a Irlanda,
corajosa,
sinto agora 
por quem 
viveu essa transição.. 
nos anos de 1890 
ou nos anos 1960...
Meu avô, era de Enego,
Vicenza e veio 
ao Brasil em 1898,
Silvio Dalmolin 
nasceu em 10/09/1885, 
nasceu em Enego
na província de Vicenza
no Vêneto Italiano
e Elisa Catharina Ballen, 

nascida 1896 
em Feltre Belluno,
Tb,
norte da Itália,
Chegaram aqui no fim século 19, 

eram portanto italianos...
nunca se nacionalizaram brasileiros,
tiveram muitos filhos e filhas.

Minhas lembranças de garoto,
alimentam também este post,
no meu blog..
Silvio meu avô, ele, 
era muito comunicativo,
fumava um palheiro,
tomava vinho,
que se encontrou com 
a vila de 
São Marcos em Tangará.
seu trabalho,
onde viveu da lavoura onde morreu 
em 1970.
A vida era dura 
no começo do seculo 20..
nos  anos 60 melhorou...
Hoje o comportamento 
e a sociedade está bem diferente..
dos meus anos 60...
enfim transformado..
mas foi de  modo muito,
mais gradual 

e particular 
no seu tempo,
foi um tempo,

sem estradas e serviços,
até que a mudança 

se impôs completamente..
assim como tudo,

na época da Imigração,
no EUA,
e no Brasil.
Nem eles,
os Irlandeses, 

ou Italianos,
como eu 

não imaginei 
eles nem 
também tudo que 
fariam e que são hoje.
Mas é certo que 

os descendentes,
não 
se sabiam, 
o mundo 
em que iriam crescer,
ia ser completamente 
diferente.