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quarta-feira, 31 de maio de 2023

Spyder XXX

...
Nós somos como uma aranha. Tecemos a vida ou
teia da vida, nos movemos nela.
NÓS SONHAMOS
NELA.
A vida às vezes parece um sonho, dizia.: J.Kerouac.
“A vida não tece apenas uma teia de perdas mas nos proporciona uma sucessão de ganhos. O equilíbrio da balança depende muito do que soubermos e quisermos enxergar.”
Lya Luft, escritora🇧🇷.
Nós somos, o sonhador 
que sonha, e vive dentro 
desse sonho... 
Isso é uma verdade em todo 
o universo.
A inspiração que irá aflorando...
Haverá sempre...um lugar..
Onde as pessoas fazem, realizam os sonhos, 
Onde as pessoas 
desejam.
E  que fazem pessoas, 
desejarem ou 
realizem seus os sonhos
Primeiro, deixe os sonhos 
e os desejos acontecerem 
ou existirem.
Mas esse idílico pensamento 
tem seu preço. 
As mulheres podem..
Os homens podem... 
Acontece, que muitas  vezes 
as pessoas acordam para 
uma realidade diferente dos 
seus sonhos, dos seus desejos...
O mundo mágico seduz...
serve como um portal,
ou vira sentimentos, 
obscuros.
Mas a vida consiste
compreender que tudo 
é um caminho longo,
muito disso é um grande
e estranho sonho.
Ou tudo se torna doloroso demais 
muitas vezes, num estranho 
sonho. 
A paixão, ambição e desejo 
são recorrentes...
Todo desejo é cíclico,
no mundo de quem sonha,
muitas vezes sonha-se 
demais.. 
A noção de tempo e espaço,
não possui o mesmo sentido 
para quem sonha... 
Passado, presente e futuro 
estão conectados 
intrinsecamente 
na sua mente...e
em nosso inconsciente. 
Outras vezes como 
um amálgama.
Há uma região do 
subconsciente 
da mente...memória recente,
onde sonhos 
memórias se confundem. 
Para explorar, não basta 
apertar os botões certos. 
Mas todas essas idéias são um 
pequeno mundo..
do que ainda é ou está por vir.
O novo vence o antigo. 
Um sonho que se realizou,
dizia, 
Jorge Luis Borges,
Quem realiza um sonho, 
constrói uma parcela 
de sua própria eternidade...
Carl Jung dizia, 
que todos, morremos 
frustrados por não termos tido 
a vida que queríamos.
Uma luz invade 
a escuridão, para uma longa 
história...
um sonho erótico.
Um homem 
possessivo, poderoso 
e misterioso, recebe a 
visita de uma cigana...
A mulher revela 
alguns segredos,
*sonhos, 
sobre a noção de tempo.. 
e sobres 
conquistas amorosas,
*desejos,
mas começa 
a sentir-se confusa.
A partir daí, um presságio, 
o delírio 
e na memória repressiva surgem.
O amor, ódio, sexo, 
traição, violência 
e identidades múltiplas.
Tudo isso..
chocariam qualquer um...
Imagine-se percorrer 
quartos escuros,
decorados no 
estilo dos anos 50, 
procurando passagens 
para outros mundos... 
A iluminação atmosférica,
lâmpadas fluorescentes, 
fumaça 
e cortinas vermelhas, 
entre outros elementos. 
Em sua mente...
seus olhos surgem..
Os close-ups... vários 
que acontecem. 
Sim..
há uma aura de terror 
que surge.
sustentada em uma estética noir...
num clima erótico e o musical. 
Final..
isso é só um filme.
Com canções 
e efeitos sonoros, 
e clipes envolventes 
e uma bela narrativa. 
Até o silêncio,
tem como sempre um papel, 
no universo lynchiniano. 
Podemos
ver isso
no filme Império dos sonhos,
perceber o porquê de Lynch,
ser um adepto da meditação 
transcendental. 
Não existem mistérios 
em nosso universo. 
É necessário perder 
a ilusão que 
podemos encontrar 
sentido em todas as coisas.
Nikki..

o personagem...
em sua jornada 
em uma metamorfose 
de múltiplas personalidades. 
Isso pode ser 
encarado, como 
uma metáfora,
para a criação artística, 
na qual a vida 
pessoal do profissional 
se perde dentro 
da própria arte. 
Nikki se torna 
uma dona de casa 
de classe social baixa..
em "Inland Empire", 
a oeste de Los Angeles..
Nikki , é uma mulher agressiva 
por causa dos abusos sofridos 
por homens, 
entre outras transmutações. 
Segundo a cigana...
que falei lá em cima,
esta menina se perdeu 
no mercado, 
semelhante a várias atrizes 
em Hollywood. 
Nikki é ao mesmo tempo 
protagonista 
e espectadora.
Uma dualidade..
Acusado de misógino..
por filmes como
Veludo Azul 
e Coração Selvagem.
Neste filme Lynch 
desconstrói essa crença 
com Inland Empire. 
Numa abordagem flerta 
com o feminismo. Provando 
que definições rígidas não 
acompanham sua personalidade. 
Se diretor Pedro Almodóvar 
é considerado um profundo 
conhecedor dos conflitos 
internos de uma mulher. 
Lynch investe em um caminho mais obscuro. 
Ele esmiúça o subconsciente e o inconsciente feminino. 
Explora os atos falhos e a psiquê. 
Em estágios diferentes,
observamos as muitas e 
diferentes características psíquicas 
de Nikki, conforme o local em que ela se encontra. 
Ela é transportada para a Polônia. 
Cenas da fita alemã se mesclam na narrativa. 
Ai começa um filme começa dentro de outro. Personagens olham através de janelas, 
frestas e buracos 
que se transformam 
em espelhos fílmicos que refletem em outras realidades, 
como se fossem telas projetáveis. 
Nikki chega a se observar literalmente 
dentro de uma sala de cinema. 
Há outras figuras dramáticas, desde 
o inicio que começam a se correlacionar. 
"Lost Girl" passa a assistir aos 
acontecimentos de Nikki pela TV 
e a história dos coelhos. 
Mulheres do oeste europeu 
são contrabandeadas para servirem como prostitutas. 
Passamos a entender a função do personagem chamado Phantom (Fantasma). 
Surrealismo e cubismo são as palavras de ordem.
Salvador Dali e Picasso ficariam orgulhosos. Esses movimentos artísticos acabam instituindo figuras simbólicas. 
Uma família de coelhos, criado para o website de Lynch em 2002, simboliza uma espécie de purgatório ou inferno. 
Nikki precisa encontrar a saída, 
como uma Alice ou mesmo uma Dorothy 
e quem sabe terminar o martírio 
da "Lost Girl".
A cada novo corredor, viela, beco, casa abandonada, ou palácio, 

a textura do filme muda, criando uma aura assustadora. 
Esse clima de terror vem 
acompanhado 
de várias dicotomias: sagrado/profano, 
mulher casada/prostituta, 
atriz/personagem, entre outros 
antônimos visuais.
Uma representação abstrata 

entre o mal e o bem, expressando 
a relação tênue entre o paraíso e o inferno. 
Entre esses dois opostos 
uma jornada pelo purgatório 
dentro de um looping atemporal 
e praticamente interminável, em 
que cenas são repetidas e revisitadas.
A melhor definição vem 
do próprio Lynch 
ao citar uma passagem 
da escritura 
hindu Aitareya Upanishad: 
Nós somos como uma aranha. 
Tecemos a vida e nos movemos nela. 
Nós somos 
como o sonhador 
que sonha e vive 
dentro desse sonho. 
Isso é uma verdade 
em todo o universo.