Rebel: Imagens, palavras...a essência... a natureza

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quarta-feira, 14 de setembro de 2022

Farm

Certos lugares 
que me davam 
prazer...
e
continuam me dando 
prazer...
Lá estão novamente o gado...a querência, os caminhos entrecortados em meio a fazenda, a coxilha, o pasto.
O meu desejo..
ser vaqueiro...
Tinha medo 
de gado furioso,
mas hoje diante do portão 
vejo que 
tornam-se inofensivos, 
transformaram-se, 
correm até 
para ver quem chega.


Um arrepio...
corre na espinha,
uma 
recordação,
daqueles dias de 
céu  azul..
dia e dias...iluminados.
Aqueles 
fins de tarde.
Certos lugares que me dão 
prazer ainda
e olho com 
gosto a porteira,
o barracão, tenho 
a impressão 
de que se acham ainda ali 
os peões 
de antigamente.
Quando 
chego,
há a crimpa 
e o pinhão, 
pronto 
para cozer 
no fogo..
Mas digo,
tropeava o  
gado ali na fazenda....
rumo a Iomerê..
Os tropeiros eram 
condutores de tropas, 
que atravessavam extensas 
áreas transportando gado.
E em 
silêncio...
vejo o sol se pôr,

dum lado a porteira e o casarão e doutro lago da fazenda.
Chego a esta casa cheio de arrepios,
lembrando pelo que fiz, 
Estou certo de que a  a vida aqui,
não mais a mesma. 
Nas minhas palavras...
a simplicidade de falar  
de um tempo...
que como queria de volta.
Ainda me lembro de de um
peão
que era um homem alto e olhos grandes,
chapéu de palha e um bigode preto...
amarelado do fumo..
Sempre que estava comigo,
me contava
histórias...
no anoitecer da fazenda..
quando 
ficava calado...
olhando o horizonte.
Depois que escurecia
entrava no galpão
sentava num banco,
tentava 
compreender,
a vida de peão..
vendo ele
fazendo o café no fogão,
ou o carreteiro do jantar,
via a lenha queimar
que deixava a fumaça
sumir dentro 
do barracão.
O tempo passou..
o menino não existe mais...
a fazenda continua aqui..
liberando lembranças..
Mas hoje é dia que tem
pinhão assado na brasa..