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quarta-feira, 14 de setembro de 2022

UM POUCO DE LOUCURA

ITAIPU
Por ter sido 
um menino..tímido,
não ter brilhado 
em colégio algum,
ter a cara 

o jeito de homem sincero,
mas tímido,
sereno, 
sério, 
sem pose,
nem arrogância 
de uma estrela
para fotografia,  
como Salgado ou 
Cartier-Bresson.
Sou 
e nem levo jeito de ser 
uma atração, nem
alguma realização,
a minha ambição na 
fotografia 
é  incursão solitária,
sem dramas na vida, 
nunca pensei algo,
para ser escritor 
ou  cineasta...
mas busco no enquadramento 
e dos diálogos, a inspiração, 
eis de onde  vem,
a mistura do escritor 
e fotógrafo 
que há muito existe no cinema.
Alguém assim nunca 
chegará perto 
ou será um mito..
Não será também 
um bom personagem 
para os biógrafos.
Procuro,
e sei fazer o mais belo..
ou o belo...
talvez venha de alguém..
mas difícil pra quem... 
é um ser muito humilde.
A vida de gênios 
ou se vivida 
com genialidade  
tem que ter
uma certa arrogância 
interior, 
um delicioso exagero, 
é uma certa imodéstia.
Modéstia demais 
não combina 
com a vida de muitos sonhos....
e imaginação.
Ambição move o mundo.
Primeiro revendo a foto 
de minha filha se impôs 
à minha imaginação..
ou a criatividade ou algo assim..
Aquela cidade onde viviam 
eu 
e minha família não 
existe mais, 
não é o mesmo lugar hoje...
mas só continua 
a existir na minha imaginação..
nos meus sonhos. 
A época hoje não é a mesma...
Os anos 60, 70, é lá longe....
claro que queria você de volta... 
porém, na minha cabeça,
não há a mesma cidade,
as mesmas pessoas,
a de uns e a de outros, 
há apenas a minha imaginação..
e meu sonho.
Mesmo porque a vida 
é unica de cada um...
mudam os tempos,
de uns para outros... 
por razões várias.. 
até para cada se sentir 
num mundo 
imaginário,
ou em busca de seus sonhos,
a que eu menino ou já 
jovem também aspirava.
A verdade é que a cidade,
que nasci e vivi...
era bem mais real  que a de hoje..
Se podemos falar assim, 
no bom sentido.
Porque o lugar, 

a cidade é  a dos sonhos, 
nunca é a real,
em que vivemos um dia, 
com nossa casa, 
nosso carro,
nossos bens, os amigos,
mas
é  sim a que nos, 
criamos algo só nosso,
e estão dentro de todos nós, 
e vivemos nela..
tem sempre um peso 
da realidade maior 
ou menor,
que o da cidades 
que conhecemos hoje. 
Os homens 
tem suas fantasias..
na vida real..
onde quer que estejam.
Sempre tive as minhas... 
desde 
que me propus 
ou que queria viver tudo...
ou vivo.
Já é pesado demais para esses voos, 
ao passado, mas me diverte,
mais me divertia muito...

vivendo e como
sonhava...
O menino sonhava..
Lembro ver a minha primeira foto, 

ser  tomado por um risinho incontido, 
que me  provoca sempre olhares 
ao rever tal foto..
Há algo de lá.. 

meio que 
atravessado...
na minha garganta,
mas como tudo na vida,
é a contradição entre 

o corpo 
e o espírito 
e  os  sonhos..
As flores..
As paisagens,

A vida no interior, 
na Vila Bressan,
nos anos 60 eram mais belas, 
e  os bombons eram melhores que os de hoje,
não me dão dor de dente...
como as balas de chupar, 

me faziam nos meus 5 ou 6 anos 
em 1961 ou 1962..
Os homens  tem seus sonhos...
e contemplar flores era algo 

que me fazia rir,
era um deslumbramento,
a visão doce das cores... 
a beleza, o brilho,
enfim com um toque de inocência.
Hoje às vezes me deslumbro 

com meus versos..
ou de outros 
ou minhas photos,
num passeio pelo campo,
mas nem por isso desejei..

ou desejo a genialidade.
Viver em Curitiba..

São  Paulo..
Rio de Janeiro...
Pelotas, 
Porto Alegre..
estive lá,
nos meus tempos de estudante 
e  nos estudos de Medicina,
mas depois preferi casar, 

e ficar no interior.
Vivo o hoje, agora
vivo outros sonhos...
de um cara que chegou aos 50....
casamento ficou lá atrás.
O mundo hoje me fez 

e faz mixar..
tudo..
sonhos, 
e a realidade da vida..
Viver é melhor assim..melhor que sonhar...
É mais fácil ser alegre que triste...
misturando tudo...
A infância de sonho, 

era mais surreal,
do que aquela 
em que vivem os meninos 
e meninas hoje.
Trata-se, na verdade, 

de imaginar...
algo como um conto de fadas...
uma carruagem...
flores.. chafarizes..
Havia mais criatividade 

para a surpresa 
e encantamento...
sem os recursos midiáticos de hoje.
Não sei se sonhava tanto...

havia mais simplicidade,
mas é isso  que levam 
as pessoas ao encontro...
de Monet... 
de Picasso 

Salvador Dalí... 
etc... 
como, certamente, 
um dia alguém o desejou,
certo é que não

não foi  só meu próprio sonho.
E, naquelas noites de sábado..

assistíamos..
na sala escura, o cinema.. 
a viver uma aventura irreal, 
num tempo outro...
o cinema em Pinheiro Preto.
Outros eram os livros..

que de fato, saímos 
da realidade,
da nossa vida do interior 
assim,
as vezes em Pinheiro Preto 
e Iomerê que, 
no entanto, 
já não eram as mesmas 
quando estive lá ontem,
e há muito tempo 
e não são mais hoje, 
de quando  se olha para meus filhos.
Meus filhos não possuem talvez 
a esperteza, 
a agressividade,
nem a ingenuidade 
de alguns 
grandes mitos..
que eu gostaria..
ver inseridos neles..
desejos  de genialidade,
em suas mentes...
Provavelmente, 

nunca vão tentar ser nada,
mais além da vida, 
que tem 
e que lhe dá lhe dá sossego.
Só podemos definir 

a importância de um sonho 
no final de uma década 
ou de uma vida.
Todos nós, 

ou cada um,
têm bons e péssimos momentos...
na vida...
e nos sonhos,
que estão inseridos nela.
Como a alma tem muitos mistérios, 

tenho os meus..
serão sempre meus.
Quem não os tem.

Eu ainda espero me surpreender.. 
com algo dos meus filhos.
Já vi  um dia pintar a minha filha...

com o cabelo de azul e vermelho.
Talvez falte a eles...

algo para se tornar,
um ser maior ou..
não apenas talento.. 
há que tentar com um pouco...
um pouco de loucura, 
de exibicionismo 

de inspiração...
de arrogância.
Viver no silêncio.
É meu jeito.
Cada um tem o seu. 

A genialidade não comporta 
a modéstia.. 
Viver no silêncio...

sem muitos anseios...
é meu jeito..
É meu jeito... 

de ontem..de hoje...e por ai vai.
Por isso, talvez nunca me tornei um...

ser expoente...
Sempre na inocência do menino pobre,

fui profundamente um ser fácil  
de ser abatido, 
ficar imóvel por algum tempo pensativo, 
de ficar  encobrindo o rosto,
com as mãos, 
me sentindo impotente.
Querer chorar 

e pedir perdão...
também..
já fui..
Havia um tempo que eu vivi assim...
Ser tomado pela agressividade, 

outras vezes tomado 
pela ingenuidade, 
é algo que inspira alguns grandes..
artistas ou não..
pintores ou não..
fotógrafos ou não..
Não vou tentar enganar ninguém...
Só nós  podemos definir 

a nossa importância no mundo...
porque nós e só nós,
sabemos de verdade,
qual é a nossa,
o nosso mundo...
de um grande..
de um pequeno..
mundo.
Só nós entendemos melhor nós
e sabemos do melhor de nós. 
Todos têm seus modos de ver 
o mundo assim...
escrevi ao meu modo.
A vida segue com muitos mistérios,
e só nos resta correr atrás.. 

dos desejos...
não creio que seja,

para se tornar um mito, 
talvez... 
um  mito de nós apenas... 
Se eu consegui ou vou ser,
será apenas..
algo parecido...
é o que eu acho 
aqui no meu silêncio..
vendo a foto de painel 
da minha filha Isabella...
Words.
Photo.
Rebel.