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sábado, 8 de abril de 2023

Efêmero

Como deixar a marca do meu caminho, em um mundo que devora tudo, tão rapidamente..
Até hoje me pergunto.. andando por Iomerê...
sobreviverá alguém ou algo neste canto do mundo. E a melhor resposta que encontro é:
As ruas calmas de Iomerê nas quais circulávamos,
sempre que vou lá, estão cobertas de asfalto...mas estão ali, ando na ilusão de que estávamos num fim de mundo..mas é um belo lugar encravado entre montanhas, mas é terra brasileira.
Tão logo andava se desfaziam essas fantasias da antiga Vila, pequena e colonial...ou de antigamente..
Agora, resta experimentar o privilégio de seguir andando nas ruas na ausência...de muitos..
Os rostos que cruzávamos se foram ou não existem mais...
Quem já não está mais...lembramos, mas deixaram suas marcas há mais de meio século atrás, os padres, as Freiras, há a igreja, o seminário, o juvenato, só que não estamos no fim do mundo, mas em Iomerê, ainda bem que está no solo do Brasil...🇧🇷
Antes de cada sobrenome familiar:
Penso,
Mariani,
Viecelli,
Pastore,
Zardo,
Zago,
Corso, Zanini,
Peretti,
e tantas outros,
sempre havia uma palavra em português ou italiano: Francisco, Genaro, Pietro, Alessio, Vitorino.
Acho que escrever, fotografar, persigo algo...
é como dar voz às pessoas,
objetos
e lembranças..
de um tempo..
um longo tempo,
que ainda existe...
na mente na lembrança de cada um..
que não teriam espaço no resto do mundo...
Persigo alguma permanência,
em um espaço num mundo em que tudo se dissolve...
Não é um culto a algo vazio ou em declínio...
mas algo precioso, na minha vida,
lugares que estão muito relacionados entre si...e a mim..
Quando o que você diz isso, se importa, mais a mim e mais alguém no mundo, então você se fixa nas lembranças e aparências....
não tenho muito mais a dizer.
.....além da admiração e do culto...
Temos as colinas, a igreja..temos a uva, temos até as ruas, não precisamos nos perguntar..que restou
O mesmo pode ser dito de cada lugar
As bases desse universo habitam os limites esmaecidos entre a São Marcos em Tangará hoje..cidade natal,
Vila Bressan em Pinheiro Preto
e Iomerê..
Videira onde a fotografia..a escrita me tomam.

Acho que todo ser que escreve..
fotografa, tenta despertar em cada um o sagrado que ainda está dentro de nós adormecido.