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sábado, 5 de junho de 2021

1972, o novo, a gente era feliz

O meu mundo mudou 
em Curitiba em 1972
e o mundo mudou.
Nada surpreendente..
afirmar isso..hoje.

Somos todos responsáveis por tudo, bom ou de ruim.
Se fizemos acontecer algo, bom não há como pensar diferente,
hoje ou em outras épocas...
De volta ao passado, então...a minha viagem. 
No presente tempo,
Há um lugar na minha mente o mundo atemporal, muito bom, passado, reverenciado, onde vivenciamos um tempo que não volta..mas está presente em parte, nas casas, praças, ruas, dá a ideia exata de como era, tudo ali, que mudamos...por estar ali lugares que habitamos estas
mesmas ruas, prédios, praças, 
em algum lugar tem nossos rastros de 
momentos do passado...é a exata noção que eu tenho de tudo.
Mas nem tudo o que falamos e escrevemos sobre..
Curitiba é,
um passado, o passado nada é distante... 
tem esta releitura, o olhar do presente.
Tudo muda..o mundo, 
pessoas, conceitos, 
os costumes e, às vezes, 
até a ética muda com o tempo.
Marcuse dizia:
O tempo não cura tudo.
Alias o tempo não cura nada, o tempo apenas desloca 
o incurável do centro das atenções.
Qualquer um pode neste imenso tempo trocar de opinião...trocar o olhar..
Divagações apenas..
Utopias eram outras...
Transformar o mundo, uma utopia eu
que também já tive..
pois este não era só meu sonho..
muito gente tinham esta utopia..
que hoje não há mais...
Vivia num inferno e sabia que o céu existia..
e achava que existia, 
estava em Curitiba 
a caminho de fazê-lo... existir para mim..
Mas sentia acima de tudo que também tinha a capacidade de fazer exatamente ali... 
o meu céu....
Foi isso que fiz não mudei o mundo mas mudei o meu mundo.

Dias atrás, encontrei um amigo na rua da Boca Maldita de Curitiba.. estive lá a primeira vez há 41 anos, mudar para Curitiba em 1972...foi o começo do meu céu.
Dengo é um senhor de quase 60 anos... bela inteligência e um pessoa bem humorada..
lembramos da ditadura...dos verde Oliva..os soldados do Exercito na ruas de Curitiba no auge dos anos de chumbo..mas vivíamos muito bem...tínhamos liberdade..curtíamos cinema e musica da melhor qualidade..e tínhamos em comum frequentar o melhor colégio de Curitiba, o Bom Jesus.
Acima de tudo a idéia exata que se lutava doutro lado para implantar o Comunismo no Brasil e que a ditadura era um remédio amargo mas necessário...era que ouvia no colégio...claro que não concordava com nenhum lado.
Fui morar em Curitiba para me livrar do meu inferno....familiar...
porém amava Iomerê,
como amo até hoje.
Conversamos sobre futebol, ele era fã do Atlético e de Curitiba e tantas outras coisas...
como os Freis Franciscanos do colégio Bom Jesus..
Ele era um menino portador de deficiência..na época ja  me tocava a alma de sua humildade e simplicidade..senti apenas outro tempo..e a mesma alma humana.
Estava curioso para ver a cidade.. que conheci quando tinha 15 anos. 
Não fiquei surpreso nem decepcionado, 
mas está muito diferente sobre algumas poucas coisas...que me tocavam..
Era, como hoje, tímido e sonhador. 
Hoje  por força da época, já li muito Fernando Pessoa, Freud, Drummond, e Camões...
Quintana que conheci 
pessoalmente em Porto Alegre dizia..
O tempo não pára...
Só a saudade é que faz 

as coisas pararem no tempo..
Confesso que vivi ali meus melhores tempos, junto com outros lugares com Sampa, Pelotas e Porto Alegre..
Eu em 1972, como recém chegado.. desconfiava um pouco de tudo e não gostava muito de ser alguém falante..
ou ser alvo de atenções ou algo..assim,
odiava falar em público, ser objeto da curiosidade dos outros alem disso, tinha e tenho todos os sonhos do mundo. 
Na época, jovem,  estudar e ter sucesso era meu sonho.
Entre tantas coisas,  de Curitiba falamos sobre tudo e que admirava..vendo a Rua das Flores.. e a  belas as ideias de  um prefeito na época.. Jaime Lerner, um inconformista e cheio de idéias não habitual da época. 
Logo após  fomos dar uma volta no largo da Ordem.. um conhecido lugar da cidade velha e ele me disse que eu deveria aproveitar melhor os amigos que deixei lá e que não andava cuidando com esta parte da  vida.
De lá pra cá o mundo e a Curitiba mudaram. 
Imagine hoje um jovem sem celular e sem internet. ..mas tínhamos Led Zeppelin, Pink Floyd, Black Sabbat, Janis Joplin..Rollings, Beatles Credence etc.. tudo muito fresco na mente...filmes como Império do sentidos... e Elvis Aloha From Havai...ou filme como os Pássaros, Frenesi em 2001...e
Pier Paolo Pasolini em Teorema.
Imagine também um aluno sem apoio tecnológico e científico de hoje...mas que tive na época do Colégio Bom Jesus..tudo.
Além de ser muito mais bem preparados os alunos de lá  até hoje possuem mais conhecimento que a media, executam melhor os fundamentos da vida e por isso são bem sucedidos. Por outro lado, os alunos do passado eram mais criativos, fantasistas e surpreendentes.
Muitos falam que os jovens do passado não brilhariam hoje porque o aparato técnico são maiores..
Eram sem duvida menores...
por outro lado, com mais calor humanos..o aprendizados olho no olho..
os medíocres mostravam que eram medíocres...não frequentavam o Colégio Bom Jesus..da praça Rui Barbosa.
Não dava para enganar.
Hoje, os seres vagam pela cidade..se escondem nos pequenos espaços e na disputa por pontos de drogas...os homens são violentos..nada é tão elogiado... ainda como ter bom caráter..integro..
No passado, havia mais disciplina e autoridade..
Hoje, há um excesso de planejamento, de repetição e de pouco respeito as regras. 
Predominam os medíocres,  
e loucos por tecnologias em todas as atividades. 
São os que se acham e querem colocar  a sua mediocridade em pauta no mundo que vivemos..
Mesmo se for importante a tecnologia nada pode estar acima do bom  papo real do passar o tempo ao ar livre vendo a praça do relógio.

.........
pois existe beleza vendo a cidade pulsar..
uma certeza, a que o Bom Jesus foi uma luz em que se beneficiou  de estar lá em 1972. 
Deveria ter um almoço..não houve tempo,
amigos ainda, nada poderia ser de outra forma, nos despedimos 
e lembrando..
Existem momentos na vida da gente, em que as pessoas os locais,  tem o sentido..logo mais não se parecem tão inúteis como achávamos, e, por mais que a gente pense..nos damos o braço a torcer..foi um longo e um lindo tempo lá..
Então a gente diz, apenas até logo Curitiba e volta para Videira..
Sente...feliz com tudo...
era um tempo feliz..que continua..
Ah Curitiba, penso em ti...aqui em  casa..
Mas será sempre assim,
que nunca deixo 
de lembrar que .....
nunca te esqueci.