PAPOULAS DE
JULHO
Ó papoulinhas
pequenas flamas do inferno,
Então não fazem mal?
Então não fazem mal?
Vocês vibram.
É impossível tocá-las.
Eu ponho as mãos entre as flamas. Nada me queima.
Eu ponho as mãos entre as flamas. Nada me queima.
E me fatiga
ficar a olhá-las
Assim vibrantes, enrugadas e rubras, como a pele de uma boca.
Assim vibrantes, enrugadas e rubras, como a pele de uma boca.
Uma boca
sangrando.
Pequenas franjas sangrentas!
Pequenas franjas sangrentas!
Há vapores que
não posso tocar.
Onde estão os narcóticos, as repugnantes cápsulas?
Onde estão os narcóticos, as repugnantes cápsulas?
Se eu pudesse
sangrar, ou dormir !
Se minha boca pudesse unir-se a tal ferida !
Se minha boca pudesse unir-se a tal ferida !
Ou que seus
licores filtrem-se em mim, nessa cápsula de vidro,
Entorpecendo e apaziguando.
Mas sem cor. Sem cor alguma.
Entorpecendo e apaziguando.
Mas sem cor. Sem cor alguma.