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segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Subindo na vida

No meu tempo de Universidade as pessoas, buscavam a universidade, para fins de conhecimento e sabedoria e atender suas inquitações em relação ao mundo e assim "conhecendo" o mundo, atendria uma utopia comum da época que é " transformá-lo" e ascender socialmente...na maioria dos casaos nã era prioridada numero um.
Hoje a maioria das pessoas (alunos e professores) usam e buscam a universidade não para "conhecer" o mundo, mas sim "para transformá-lo em ferramenta de seu uso estrito" para ascender socialmente.Os revolucionários, ficaram para os anos 60, aquela pessoas que entendiam o mundo e lutavam pro ele pensando melhor e hoje esta assim....("criando o mundo que eles acham melhor") e burgueses (interessados em aprender informática para "melhorarem de vida") se dão as mãos.Este pode ser mais individualista do que o outro, mas ambos fazem da universidade uma tenda de utilidades.Para mim não faz muita diferença, para a banalização da universidade, se você quer formar gestores de negócios ou gestores de favelas.
Nenhum dos dois está interessado em "conhecer" o mundo, mas sim "transformá-lo".
É claro que nos gestores de favelas o espírito selvagem pode funcionar tão bem quanto entre os gestores de negócios.
A obrigação da universidade em produzir "conhecimento de impacto social" é tão instrumental quanto produzir especialistas na última versão do Windows.
O utilitarismo quase sempre ama a mediocridade intelectual.
Falar uma verdade: a mediocridade funciona.Ela gera lealdades, produz resultados em massa, convive bem com a estatística, evita grandes ideias. Enfim, caminha bem entre pessoas acuadas pela demanda de sobreviver.A instrumentalização é quase sempre outro nome para utilitarismo. Isso não quer dizer que devamos excluir da universidade as almas que querem ser gestores de negócios ou gestores de favelas -elas é que excluem todo o resto.Precisamos dos dois tipos de almas, e cá entre nós, acho que os gestores de favelas são moralmente mais perigosos do que os gestores de negócios. Como todos nós, ambos irão para o inferno, a diferença é que os gestores de favelas acham que não.E a asfixia burocrática? Ahhh, a asfixia burocrática! Esta contamina tudo e em nome da democratização da produção e da produtividade da produção.A burocracia na universidade nasce, como toda burocracia, da necessidade de organização, controle, avaliação.Não é um sintoma externo a busca de aperfeiçoamento do sistema, é parte intrínseca ao sistema.
A pressão pela produtividade proletariza tanto quanto a pressão pela carreira.Soa absurdo? Quer mais?Em nome da transparência da produção, atolamos esses indivíduos de classe média na burocracia da transparência e do acesso à produção universitária.Enfim, a "produção" asfixia a universidade em nome de uma "universidade mais produtiva, democrática e transparente em sua produtividade". Estamos sim falando da passagem da universidade a banal categoria de indústria de conhecimento aplicado, e sob as palmas bobas de quem quer "fazer o mundo melhor". Tudo bem que queira, mas reconheça sua participação na comédia.
Kafka, o grande KAFKA, em seu conto "Um Relatório para a Academia", já colocava um ex-macaco, recém-homem, fazendo um relatório para os acadêmicos.Ali ele já suspeitava que a academia continha algo de circo ou show de variedades. Hoje sabemos que isto já aconteceu.
releitura do artigo de L.F. Pondé folha de saopaulo de 14.09.09